Hábito que estava esquecido pela maioria da população, o uso dos orelhões voltou à rotina de muita gente depois que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) obrigou a operadora Oi a disponibilizar chamadas gratuitas nos telefones públicos. A medida está em vigor desde o começo do ano, pelo descumprimento dos patamares satisfatórios de disponibilidade de orelhões em funcionamento em 15 estados.
De acordo com a Anatel, 90% dos telefones públicos devem estar em condições de funcionamento em todo o Paraná e 95% dos aparelhos devem estar funcionando nas localidades paranaenses atendidas apenas por telefones de uso público.
Avaliação feita no começo do ano pela agência apontou que a Oi descumpria estes dois patamares no estado. Na época foi determinada a gratuidade das chamadas locais para telefones fixos. Em outubro, uma nova análise constatou que a disponibilidade de aparelhos nas localidades atendidas apenas por orelhões continuava abaixo de 95%. Deste então é possível realizar também chamadas de longa distância para telefones fixos.
Uma nova análise está prevista para acontecer no começo do ano que vem e, caso a Oi ainda não tenha se adequado, a população poderá realizar chamadas para celulares locais de graça. E se em agosto de 2016 a situação ainda persistir será possível ligar para celulares de outros estados, conforme prevê o despacho nº 565/2015. Caso as metas sejam atendidas, a gratuidade acaba.
Vandalismo atrapalha
Em nota, a Oi informou que “cumpre a determinação da Anatel de conceder a gratuidade em chamadas locais e de longa distância nacional para telefones fixos, feitas a partir de sua rede de telefonia pública”. Porém, afirmou que o vandalismo prejudica o funcionamento, já que “os orelhões da empresa estão instalados em vias e estabelecimentos públicos” e sofrem diariamente com o problema. De acordo com a operadora, até outubro deste ano cerca de 15% dos 45 mil orelhões instalados no estado do Paraná foram danificados, média de aproximadamente 6,7 mil aparelhos por mês. A Oi destacou ainda que “os principais problemas decorrentes do vandalismo são: defeitos em leitora de cartões, monofones e teclado, além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos, prejudicando o entendimento das orientações pelos usuários”. Além disso, a empresa destacou que mantém um programa permanente de manutenção dos aparelhos. Muitas solicitações chegam pela central de atendimento 103 14.
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Nova aproximação
Depois de mais de um ano sem utilizar um orelhão, a dona de casa Adriane Celestino Teixeira, 33, (foto) voltou a fazer ligações nos telefones públicos. A gratuidade das chamadas foi o que promoveu a reaproximação e agora ela faz ligações nos aparelhos pelo menos três vezes por semana. “Uso o orelhão pra ligar pro meu filho e pra minha mãe”, conta ela que, sem precisar pagar pelas ligações, conversa sem pressa. A preferência, diz ela, é pelos orelhões do centro de Curitiba já que poucos os aparelhos instalados perto de sua casa, no Jardim Independência, em São José dos Pinhais, funcionam.
