O subprocurador-geral da República Aurélio Virgílio Veiga comparou nesta quinta-feira (11) os lucros do tráfico de drogas com os das concessionárias privadas de rodovias. Em palestra na reunião do Grupo de Trabalho Agenda da Infra-Estrutura para o Desenvolvimento, do CDES (Conselho de Desenvolvimento Economico e Social), o subprocurador afirmou que "só o tráfico de drogas dá mais lucro do que ser concessionário de rodovia".
Segundo ele, as empresas assumem as concessões por até 30 anos sem terem feito os investimentos. "O governo transfere para a iniciativa privada trechos (de rodovias) que já estão prontos", disse. Aurélio Veiga itiu que as rodovias concedidas à iniciativa privada são boas, mas afirmou que "os preços dos pedágios são altíssimos".
O presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e da Indústria de Base (Abdib), Paulo Godoy, rebateu a afirmação de Virgílio Veiga. Imaginar que a concessão de rodovias tem a mesma rentabilidade que o tráfico de drogas é desconhecer completamente a realidade, é desconhecer o que está sendo idealizado para o País", afirmou Godoy, após deixar a reunião.
"Se há distorções, elas têm que ser corrigidas, mas com base em avaliações técnicas, e não ideológicas e tampouco precitados", afirmou o presidente da Abdib.
Godoy conversará ainda com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff sobre a questão da suspensão, pelo governo, do processo de concessão de sete trechos de rodovias federais a empresas particulares. Segundo o presidente da Abdib, exemplos de "disfunção" das instituições afastam do Brasil investidores estrangeiros.
"E nós disputamos investimentos com o mundo inteiro. A infra-estrutura brasileira é altamente deficitária, e nós precisamos encontrar os mecanismos para obter os recursos para investir nela.
