Seis deputados brasileiros tomaram hoje, no Congresso Nacional hondurenho, uma aula sobre como preparar um golpe de Estado supostamente legal. Ouviram ainda da comunidade brasileira residente no país um explícito apoio ao governo de facto de Honduras e à edição do decreto que instaurou o estado de sítio no último fim de semana. A missão da Câmara de Deputados recebeu ainda uma dura crítica da Corte Suprema de Justiça à interferência do governo brasileiro na crise hondurenha, ao permitir o abrigo do presidente Manuel Zelaya em sua embaixada e ao esquivar-se de definir o status do seu hóspede.

Liderada pelo deputado Raul Jungmann (PSB-PE), a missão enfrentou dificuldades para ultraar as barreiras do Exército e da Polícia Nacional, para ingressar na embaixada brasileira. Só teve sucesso porque o Congresso e a Corte Suprema deram expressa autorização.

Pouco antes, os deputados haviam visitado as duas instituições cientes de que seus interlocutores eram articuladores do golpe de Estado de 28 de junho, que derrubou Zelaya, e que hoje são pilares de sustentação do presidente de facto, Roberto Micheletti – que não foi visitado pela missão.

Em ambos os encontros, Jungmann insistiu em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim desconheciam a “articulação para que Zelaya se materializasse na embaixada brasileira”. Jungmann tentou explicar que, de acordo com a tradição da diplomacia brasileira, não havia como recusar o pedido de abrigo. Mas, completou ele, o governo Lula se sente desconfortável com a interferência de Zelaya, de dentro da embaixada, na vida política do país.

“Essa é uma missão de seis deputados, dos quais quatro da oposição. Mesmo sendo críticos à atuação do Brasil, estamos convencidos que não houve participação do presidente Lula nem do chanceler Amorim”, afirmou Jungmann aos ministros da Corte e à Junta Diretora do Congresso.

Os deputados ingressaram ao Parlamento hondurenho pela garagem. No salão nobre, foram recebidos pelo presidente do Congresso, deputado José Saavedra, do Partido Liberal. “Os senhores sabem que movemos um processo de impeachment em 1992, que levou à renúncia do presidente Fernando Collor de Mello. A nossa perplexidade é: por que Zelaya não teve direito à defesa"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>