O Irã e a Síria criticaram hoje a nova estratégia para o Iraque anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que os responsabiliza por fomentar a violência no país devastado pela guerra. Teerã e Damasco afirmaram que o plano para enviar mais soldados americanos apenas aumentaria o derramamento de sangue no Iraque. O discurso de Bush ontem à noite enfatizou a total rejeição do presidente americano em relação às recomendações para que Washington negociasse com seus rivais Síria e Irã numa tentativa de acalmar o Iraque.
Ao invés disso, Bush fez planos para isolar os dois países, pedindo a ajuda dos aliados árabes e prometendo cortar a ajuda da Síria e do Irã para os militantes no Iraque. Ele anunciou o envio para a região de mais um avião de combate e de mísseis de defesa Patriot – o que é visto como um endurecimento em relação ao Irã.
Em Teerã, o porta-voz do Ministério do Exterior, Mohammad Ali Hosseini, disse que o plano de Bush de enviar mais 21 mil soldados para o Iraque era uma "continuação da ocupação" que vai apenas "ampliar a insegurança, o perigo e a tensão no país, e não vai ajudar a resolver os problemas no Iraque".
Poucas horas antes do discurso de Bush, o vice-presidente sírio, Farouk al-Sharaa, disse que o aumento no número de soldados americanos não era um "o positivo" e iria apenas "atiçar a fogueira".
O Irã tem laços próximos com as milícias xiitas, que são responsabilizadas pela onda de mortes sectárias no Iraque. Washington acusa o país de fornecer armas e dinheiro aos combatentes. Os Estados Unidos também acusam a Síria – aliada do Irã – de oferecer refúgio para alguns líderes da insurgência liderada pelos sunitas e permitir que os militantes atravessem a fronteira com o Iraque.
Bush prometeu que os soldados americanos "vão interromper o fluxo de apoio do Irã e da Síria". Tanto o Irã como a Síria negaram apoiar os combatentes no Iraque.
