Os moradores da região do Alto Boqueirão que estão “pistolas” com a prefeitura, por causa da interdição do trânsito sobre o viaduto que liga as ruas João Miqueletto e Eduardo Pinto da Rocha, vão precisar de um pouco mais de paciência nos próximos meses. Com a estrutura seriamente danificada, a via que a sobre a linha férrea precisa de reparos de grande proporção, que ainda não têm data para serem realizados. Por enquanto, a promessa da prefeitura é que sejam feitas algumas obras emergenciais para permitir, ao menos, a agem de veículos de pequeno porte.

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Quando o viaduto foi interditado, em março deste ano, a previsão era de liberação em um prazo de seis meses. Mas, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), esse período teve que ser estendido por tempo indefinido porque a estrutura do viaduto necessita de uma recuperação completa, sem previsão ainda de ser iniciada. Até o momento, as equipes da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP) fizeram apenas a escora emergencial para evitar que a estrutura desabe.

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Quando o viaduto foi interditado, em março deste ano, a previsão era de liberação em seis meses. Foto: Levy Ferreira/SMCS

Motorista de caminhão em uma empresa de construção civil, Daniel de Vasconcellos, 47 anos, mora perto do viaduto e precisa cruzar a linha férrea todos os dias para chegar ao trabalho. Ele conta que a interdição aumentou em seis quilômetros o trajeto.

“Eu tenho que ir todos os dias na firma para pegar a carreta e levar as máquinas para as obras. Quando o viaduto estava aberto eu andava três quilômetros para chegar até lá e agora preciso andar nove quilômetros. Mas, fica ruim mesmo quando eu preciso trabalhar de madrugada e tenho que ar por uns lugares bem perigosos aqui da região. E o que mais irrita a gente é que cada hora eles falam uma coisa e mudam o prazo para a entrega da obra”, explica.

Com a experiência de quem trabalha em uma empresa do setor, Vasconcellos reclama da demora para a execução dos serviços no viaduto e até sugere uma solução para a prefeitura.

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“A gente que conhece obra sabe que primeiro o engenheiro tem que fazer um projeto, para só depois chegar o maquinário e os funcionários para fazer o serviço. Ali no viaduto eles estão fazendo o contrário, primeiro começaram a mexer para só depois fazer um projeto. Se já tivessem um projeto desde o começo, em uns 90 dias uma empresa grande terminaria a obra no viaduto”, afirma.

Ele conta que na semana ada algumas pessoas revoltadas com a demora para a conclusão das obras liberaram “na marra” a agem pelo viaduto. “O pessoal da prefeitura tinha prometido que o viaduto estaria liberado no fim de novembro. Como isso não aconteceu, teve um pessoal que foi lá no último fim de semana e retirou as manilhas que estão bloqueando a rua. No dia seguinte a prefeitura veio e colocou de novo. Mas a turma voltou lá de noite e jogou as manilhas lá embaixo, na linha do trem. Aí, na segunda-feira a prefeitura fechou novamente e disse que não tem previsão de liberar o viaduto ainda esse ano”, relata.

Equipes da Secretaria Municipal de Obras Públicas fizeram apenas a escora emergencial para evitar que a estrutura desabe. Foto: Levy Ferreira/SMCS

Medo constante

Para a cozinheira Delir Aparecida Borges dos Santos, 48 anos, que no momento está desempregada após a empresa em que trabalhava fechar as portas durante a pandemia, o bloqueio também causa um transtorno diário. Ela cuida da neta de oito meses enquanto a filha, que mora do outro lado do viaduto, vai trabalhar.

“Essa ponte fechada aí atrapalha muito a vida da gente. De manhã eu até consigo ir até o viaduto buscar a minha neta antes da minha filha ir para o trabalho. Mas de noite, como é meio perigoso por aqui, a minha filha tem que vir até a minha casa, que é pertinho do zoológico, pra buscar a menina. Ela mora do outro lado do viaduto, bem pertinho mesmo, mas tem que dar uma volta enorme para chegar aqui”, explica.

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Ela reclama também, que até o momento, as equipes que trabalham na obra não aram uma informação precisa sobre o que será feito no viaduto e nem quando ele será liberado.

“Cada hora dizem uma coisa, então é difícil pra gente. Volta e meia eu vejo gente atravessando o viaduto debaixo de chuva, com criança no colo, porque não dá pra ar de carro”, conta a cozinheira.

Planos para a liberação parcial do viaduto

Procurado pela reportagem, o Ippuc afirmou por meio de nota, que o viaduto necessita da recuperação completa da estrutura para voltar a operar normalmente e que prevê para o ano que vem a execução do projeto e a contratação emergencial de uma empreiteira para a obra.

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