Curiosidade

Curitiba tem múmia 500 anos mais velha que Jesus Cristo

Imagem mostra múmia que fica localizada em Curitiba
Múmia Tothmea, que fica no Museu Rosa Cruz, em Curitiba. Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo

Em meio à efervescência cultural de Curitiba, um tesouro inusitado aguarda os visitantes do Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon: uma múmia egípcia original. Longe dos grandes museus europeus ou norte-americanos, “Tothmea”, como é carinhosamente chamada, não é apenas uma atração curiosa, mas um portal para a história milenar do Egito Antigo, carregada de fatos inusitados e um toque de mistério.

Tothmea, a única múmia egípcia original em exposição no Brasil fora do Museu Nacional do Rio de Janeiro, chegou a Curitiba em 1995, vinda de um museu no Chile. Sua aquisição pela Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa da Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz (AMORC) foi um marco, consolidando o caráter educacional e místico do museu.

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A identidade exata de Tothmea permanece um enigma: não há registros que comprovem seu nome original ou sua história de vida. Acredita-se, com base em análises superficiais e no período em que foi mumificada (estimativas apontam para o Terceiro Período Intermediário (1070 – 712 a.C.) ou no início do Período Tardio (712 – 332 a.C.), que ela seria uma mulher de posses, talvez uma sacerdotisa ou uma pessoa ligada à nobreza, dado o sofisticado processo de mumificação.

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Curiosidades e Fatos Inusitados:

  • A “Dama” do Museu: Carinhosamente apelidada de Tothmea pelos funcionários e pesquisadores da AMORC, o nome é uma homenagem à deusa egípcia Maat, que representa a verdade e a justiça, e ao deus Thoth, da sabedoria e do conhecimento.
  • Um corpo em perfeito estado: Apesar dos milênios que a separam de sua vida terrestre, o corpo de Tothmea está notavelmente bem preservado. É possível observar detalhes como unhas e fios de cabelo, um testemunho da maestria dos embalsamadores egípcios.
  • O mistério dos órgãos: Como era praxe na mumificação, os órgãos internos de Tothmea (cérebro, pulmões, fígado e intestinos) foram removidos e armazenados em vasos canopos. Contudo, esses vasos não acompanharam a múmia em sua jornada até Curitiba, adicionando uma camada de mistério à sua história.
  • Um caixão “emprestado”: O sarcófago em que Tothmea repousa não é o seu original. Ele foi adquirido separadamente e é de um período diferente da múmia, embora também autêntico. Essa peculiaridade ressalta a dificuldade de se manter o conjunto original de artefatos ao longo de milênios de saques e dispersões.
  • Tecnologia a serviço da história: O Museu Rosacruz tem planos ambiciosos para Tothmea. A ideia é realizar exames não invasivos, como tomografias computadorizadas, para desvendar mais segredos sobre sua vida, como idade, possíveis doenças, dieta e até mesmo a causa de sua morte. Essa pesquisa poderá lançar luz sobre aspectos desconhecidos da vida no Egito Antigo.
  • Guardiã da memória: Tothmea não é apenas uma peça de museu, mas um símbolo da persistência da vida e da crença na eternidade. Ela convida os visitantes a refletir sobre a morte, o renascimento e as complexas crenças religiosas que moldaram uma das maiores civilizações da história.

A presença de Tothmea em Curitiba oferece uma oportunidade única para o público brasileiro se conectar diretamente com o legado do Egito Antigo, instigando a curiosidade e o respeito por uma cultura que, mesmo após milênios, continua a fascinar e a inspirar. A múmia do Museu Rosacruz é, sem dúvida, uma das joias mais intrigantes da capital paranaense.

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