Quem a por Matinhos, no Litoral do Paraná, ainda encontra lixo nas ruas. “Até terça-feira nem coleta de resíduos tinha”, detalha Michele Cristina Cerqueira Lima, que está na praia desde 26 de dezembro.
De acordo com a Prefeitura de Matinhos, o serviço que recolhe lixo foi normalizado nesta semana, após auxílio do Estado – que disponibilizou até março 13 caminhões, quatro carretas e maquinário para o transbordo. Até então, o município tinha apenas um veículo para a coleta de resíduos.
Apesar da normalização deste cenário, a limpeza das ruas ainda precisa de atenção. A veranista tirou fotos nesta sexta-feira (10) mostrando o acúmulo de lixo na Rua Rosalino Fernandes. “As ruas da cidade estão com lixo. A chuva dos últimos dias carregou os resíduos para os bueiros, que estão entupidos. Quando chove, a rua inunda”, detalha Michele.

Lixo e virose
Conforme legislação, a limpeza das ruas é de responsabilidade da prefeitura, enquanto a das praias é da Sanepar. Além do mau cheiro, o lixo nas ruas pode ocasionar outro problema: virose. Isso porque as moscas que pousam nos resíduos podem transportar microrganismos que causam a doença.
Nos nove primeiros dias de 2025, foram registrados 2.311 atendimentos por doenças diarreicas agudas (DDA) na região litorânea. O número é superior ao registrado no ano ado, quando foram 654 casos do mesmo período.
Durante todo o ano de 2024, 121 surtos foram notificados (quando muitos casos são registrados em uma mesma região em um curto espaço de tempo). Três deles ocorreram na 1ª Regional de Saúde (RS), que compreende o Litoral.
“É essencial reforçar os cuidados com a higiene pessoal e com os alimentos e água consumidos, especialmente em ambientes de grande circulação de pessoas, como o Litoral”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “São medidas simples, do dia a dia, e que fazem toda a diferença na proteção da saúde de todos”.