Conselho de Ética pede para manter trabalhos durante recesso

O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), encaminhou hoje pedido à Mesa Diretora da Casa Legislativa para que o conselho possa manter os trabalhos durante o recesso parlamentar do Congresso Nacional – que pode ter início esta semana.

No pedido, Ricardo Izar solicita a convocação extraordinária do Congresso em julho "apenas para reuniões do Conselho de Ética e Comissões Parlamentares de Inquérito (Is)". Segundo o presidente do conselho, a Mesa Diretora deve ainda hoje apresentar uma posição sobre o seu pedido. O Conselho de Ética da Câmara analisa representação do Partido Liberal que pede a cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) por quebra de decoro parlamentar, ao apontar publicamente deputados que receberiam suposta propina em troca de apoio ao governo.

Ricardo Izar também entrou em contato com o presidente da I mista que investiga irregularidades nos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), para que possam trocar informações semanais a respeito das investigações. "Eles precisam da gente, e a gente precisa deles. Vai ser muito importante para o andamento do trabalho do conselho e da I essa troca de informações", ressaltou.

A I investiga as denúncias de corrupção nos Correios, depois da divulgação da fita de vídeo em que o ex-diretor do Departamento de Contratação e istração de Material da estatal Maurício Marinho aparece tratanto de um suposto esquema de arrecadação ilegal em estatais, em benefício do PTB, à época presidido pelo deputado Roberto Jefferson.

Em sua reunião de hoje, o Conselho de Ética aprovou requerimentos para que dez novos depoentes prestem esclarecimentos aos membros do órgão sobre as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) a respeito do suposto pagamento de mesadas a parlamentares na Câmara. São eles: o tesoureiro do PT, Delubio Soares, o secretário-geral do partido, Silvio Pereira, o presidente do PT, José Genoino, o tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, o dono da agência de publicidade SMP&B, Marcos Valério, duas funcionárias da empresa de publicidade, Geisa dos Santos e Simone Vasconcelos, o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, o líder do PMDB na Câmara, deputado José Borba (PR), e o ex-chefe de Gabinete do deputado José Janene (PP-PR), João Cláudio Carvalho Genu.

O conselho também aprovou convite para que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), preste esclarecimentos ao conselho por escrito. O ministro Walfrido dos Mares Guia também poderá responder por escrito às perguntas do relator e dos demais membros do Conselho.

Os deputados que integram o Conselho de Ética rejeitaram em bloco mais de dez requerimentos com convites para novos depoimentos. Entre os depoentes que não serão ouvidos pelo órgão estão os ministros Ciro Gomes (Integração Nacional), Aldo Rebelo (Coordenação Política), o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Mauro de Lima e Silva, e o secretário nacional de Comunicação do PT, Marcelo Sereno. Os deputados do conselho fecharam acordo para limitar os trabalhos apenas à possível quebra de decoro de Roberto Jefferson – e não ampliar as investigações a exemplo do que fazem as Is.

Além dos dez nomes aprovados hoje, o Conselho vai ouvir na segunda fase de trabalhos outros nove depoimentos. Segundo o relator Jairo Carneiro (PFL-BA), serão ouvidos primeiramente os cinco parlamentares citados por Jefferson durante seu depoimento ao órgão: José Janene (PP-PR), José Dirceu (PT-SP), Pedro Correia (PP-PE), Valdemar da Costa Neto (PL-SP), e Carlos Rodrigues (PL-RJ).

O conselho ainda vai ouvir as quatro testemunhas de defesa solicitadas pelo deputado Roberto Jefferson: Maria Cristina Caldeira, ex-mulher do deputado Valdemar da Costa Neto, o ex-deputado Benedito Domingos (PP-DF), Eduardo Medeiros, ex-diretor do Correios, e o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Na avaliação do relator Jairo Carneiro, a lista de convites pode aumentar caso. "Se surgirem fatos que justifiquem o chamamento de outras pessoas, parlamentares ou não, nós iremos apreciar no conselho e poderemos convidar", ressaltou. O relator adiantou que vai pedir informações ao deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que hoje, durante pronunciamento no plenário da Câmara, mencionou o deputado João Leão (PL-BA) como supostamente envolvido no pagamento do chamado "mensalão".

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