Lagos, vulcões e paisagem exuberante fazem de Puerto Varas um lugar de beleza singular. A começar pelas ruas repletas de rosas, que deram codinome à cidade cravada nos Andes chilenos.
Colonizada por alemães, pertence à província de Llanquihue na Décima Região dos Lagos, ao norte da Província de Osorno e ao sul de Puerto Montt e Cochamó. Abriga uma população em torno dos 32 mil habitantes, a 996 quilômetros de Santiago.
Erguida às margens do Llanquihue, o segundo maior lago do Chile e de frente para o vulcão Osorno, a cidade é pequena e acolhedora. As construções de madeira reconhecidas como monumento nacional lembram casas de boneca, herança dos alemães.
Puerto Varas também tem um bonito centro comercial, com vista para o lago Llanquihue e para o vulcão Osorno. Lá, estão os melhores hotéis e restaurantes, onde é possível degustar de mariscos fresquinhos trazidos do mar. Aos finais de semana, a feirinha de artesanato garante ainda mais charme.
A região oferece diferentes tipos de atividades. Para os mais sossegados, a dica é pescar, conhecer os parques naturais ou relaxar nos centros de águas termais. Aqueles que preferem aventura encontram no montanhismo, esqui, esportes náuticos e rafting as opções ideais para aproveitar o dia. Já os museus, cassinos, pubs e restaurantes despontam como os melhores destinos para os mais urbanos.
Ao final do dia, apenas algumas lanchas no lago e as conversas nos terraços quebram o silêncio. Para os religiosos, Puerto Varas apresenta a Iglesia del Sagrado Corazón de Jesus, construída em 1913, e é ícone da cidade. Trata-se de uma réplica fiel da igreja Mariekirche, da Alemanha.
Puerto Varas
Puerto Varas foi fundada em 1853, quando o governo local implementou algumas ações na tentativa de incorporar territórios inabitados no sul do país. Ao ser criado o território de colonização do lago Llanquihue, por um decreto supremo do Ministério de Interior em 24 de junho de 1853, lentamente a região foi sendo povoada, principalmente por imigrantes vindos da Alemanha, que se instalaram às margens do lago Llanquihue.
A partir daí, a pequena comuna começou a crescer a ponto de ganhar uma conexão ferroviária, que permitiu o fluxo regular de ageiros e cargas. Além disso, foi construída a Avenida Panamericana, que liga a cidade com o resto do país.
Desbrave as cidadelas ao sul
Divulgação |
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Frutillar, a apenas 25 quilômetros de Puerto Varas, é considerada uma espécie de Campos do Jordão da Patagônia chilena. |
Vale a pena esticar alguns dias a estada em Puerto Varas para conhecer as belas cidades a poucas horas de distância. Nas redondezas, dá para desbravar o sul do Chile e até aproveitar para cruzar a fronteira com Argentina, atravessando a Cordilheira dos Andes pelos Lagos Andinos.
Seguindo pela rodovia Panamericana – estrada que cruza o país de norte a sul -, a pitoresca Frutillar está a apenas 25 quilômetros de Puerto Varas, também às margens do Lago Llanquihue e é considerada uma espécie de Campos do Jordão da Patagônia chilena.
Fica em uma linda baía de onde se vêem os vulcões Osorno, Puntiagudo, Tronador e Calbuco. A cidadezinha, também colonizada por alemães, ainda preserva o estilo germânico em seu antigo centro. Frutillar é também sinônimo de música clássica, pois em fevereiro é palco das Semanas Musicais, um dos eventos mais importantes do calendário de artes do Chile.
Para apreciar as paisagens exuberantes, outro eio recomendado é o percurso de carro até Ensenada, distante 47 quilômetros de Puerto Varas e ta,mbém situada às margens do Llanquihue.
Ensenada é a localidade mais próxima dos vulcões e tem amplas opções de eios pelas montanhas e lagos. Um pouco mais distante fica o arquipélago de Chiloé (que significa Terra das Gaivotas, na língua indígena mapuche) – cerca de 110 quilômetros ao sul.
Michel Meynsbrughen/Sxc.hu |
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Em Castro, na Ilha Grande de Chiloé, edificações são construídas sobre estacas para resistirem à elevação das marés. |
É lá que está a quinta maior ilha em tamanho da América do Sul, a Grande de Chiloé. O cenário estonteante e o modo de vida da região destoam em muitos aspectos do restante do Chile. É lugar de florestas densas e plantas exóticas, de edificações construídas sobre estacas, para resistirem à elevação das marés, e de tradições e mitologias próprias.
Já em Castro, cidade cravada na Ilha Grande de Chiloé, os restaurantes sobre as palafitas servem deliciosos frutos do mar, a especialidade do arquipélago. Entre as curiosidades estão as 14 igrejas de madeira tombadas pela Unesco como patrimônio mundial.
Elas integram um conjunto de mais de 150 igrejas e capelas cristãs construídas nos séculos XVIII e XIX, em estilo distinto do de outras partes do Chile, porque mescla a influência européia e indígena.
Uma esticada até a Argentina atravessando os lagos
Outro roteiro belíssimo é o trajeto até Bariloche, na Argentina, pelos lagos. É uma das mais deslumbrantes travessias da Cordilheira dos Andes. Dura o dia inteiro, pois envolve o traslado de quatro barcos e três veículos terrestres (no inverno, pode levar dois dias), além das paradas na alfândega chilena e argentina.
Comprando o pacote turístico em Puerto Varas, as agências se encarregam do traslado até Petrohué, de onde parte o barco que atravessa em cerca de 1h30 minutos o Lago Todos os Santos (também conhecido como Esmeralda, por ser bem verde) com destino à bucólica Peulla. Vegetação luxuriante e quedas d’água fazem a beleza de Peulla.
De Peulla a expedição prossegue por terra até Puerto Frías, o ponto de cruzamento da fronteira da Argentina, em que o turista segue de barco pelo Lago Frías. A viagem continua em novo trecho terrestre até Puerto Blest, início do eio pelo Lago Nahuel-Huapi – uma etapa simplesmente de tirar o fôlego.
A embarcação leva a Puerto Pañuelo ou Playa Bonita, porta de entrada para Bariloche, cujos atrativos bem valem vários dias de estadia. Montanhas nevadas, lagos e florestas compõem a lindíssima paisagem de Bariloche, que também encanta os turistas por seus restaurantes, confeitarias, centros de esqui e lojas de roupas de inverno.
Em todos esses roteiros o viajante encontra uma ampla gama de opções de eios e esportes na natureza, entre os quais caminhadas, cavalgadas, escalada de montanhas e vulcões, esqui e rafting.
Requinte com toque radical
Fotos: Divulgação |
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Pequenas cascatas e corredeiras, apertadas em estreitas agens de pedra, formam os Saltos de Petrohué. |
Quem visita Puerto Varas se depara com uma cidade típica europeia, aconchegante e estilosa, mas basta algum tempo para ter a impressão de estar na Nova Zelândia ou em Brotas (interior de São Paulo), lugares conhecidos pela diversidade de práticas esportivas.
Puerto Varas tem localização estratégica, situada no centro com o aos principais pontos turísticos da Região dos Lagos, além de estar grudada a Puerto Montt, onde está o principal aeroporto da região, o Tepual, e o maior porto do Sul do Chile. A Puerto Montt também é base de apoio para os turistas dos lagos – de lá partem os principais cruzeiros rumo aos lagos Andinos.
Os amantes de práticas radicais n&,atilde;o podem deixar de visitar o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales – o primeiro criado no Chile -, onde está o lago Todos os Santos ou Esmeralda, pela água verde-esmeralda, com cerca de 175 quilômetros quadrados.
Apresenta entorno com relevos de vulcões e montanhas, bosques nativos e um dos mais belos rios do sul do Chile: Todos los Santos. A paisagem encanta pelos vales, cachoeiras e vasta fauna e flora nativas. Entre as atividades disponíveis estão banhos termais, esqui e pesca recreativa.
Os lagos de Llanquihue e de Todos os Santos são atrações muito cobiçadas e entre os dois está o vulcão Osorno. Antigamente, as lavas deste vulcão interromperam a ligação entre os dois lagos, transformando-a em uma barragem, e as águas literalmente cavaram seu caminho pela lava endurecida, formando os saltos de Petrohué, uma sucessão de pequenas cascatas e corredeiras apertadas em estreitas agens de pedra. Suas águas são limpas, geladas e de uma coloração azul.
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Estação de esqui sobre o vulcão Osorno: montanha era chamada pelos antigos de Hueñaca, ou perigo nas alturas. |
O vulcão Osorno exibe 2.652 metros de altitude, chamado de Hueñaca – perigo nas alturas -pelos primeiros habitantes da região. É famoso por ter o formato de um cone perfeito, rodeado pelos montes cordilheiros. A subida ao topo tem grau médio de dificuldade e leva entre seis e sete horas.
O clima é instável, com abundantes precipitações. O Osorno é considerado uma montanha, por isso recomenda-se a escalada somente entre novembro e dezembro, com a ajuda de guias especializados. No inverno de junho, há uma estação de esqui e abrigos para esportistas. Lá, também dá para praticar mountain bike, trekking ou canopy.
Já o vulcão Calbuco tem mais de dois mil metros de altitude e formações irregulares. Por isso, recomendam-se excursões com guias locais. Durante o dia, só é possível ir a cavalo. Do cume, têm-se vistas panorâmicas do vulcão Osorno e dos Lagos Llanquihue e Todos os Santos. O trajeto termina em uma queda d’água, que nasce no Calbuco.
Para quem prefere relaxar, a dica são as Termas el Callao. Cercadas por rica vegetação, só podem ser adas a cavalo e a temperatura das águas varia de 39ºC a 42ºC.
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Rafting no Petrohué: aventureiros se beneficiam do relevo montanhoso cortado por rios. |
Fique atento!
* A temporada de esqui se estende de junho a outubro. No verão, de dezembro a março. Já os meses de abril e maio são frios, mas sem neve.
* Caracteriza-se por temperaturas moderadas que oscilam entre os 20ºC no verão e 8ºC no inverno.
* Para entrar no país, os brasileiros não precisam de aporte, basta o RG original. É sempre bom deixar os originais no hotel, de preferência no cofre. Não leve os documentos pelas ruas, nem os deixe nas malas. Porte apenas uma cópia autenticada.
* O Chile está apenas uma hora atrasado em relação ao horário de Brasília.
* As estações de esqui e os vulcões, geralmente, ficam em locais de grandes altitudes, o que pode causar mal estar. Caminhe mais devagar, procure andar em grupo e leve água, além de protetor solar e óculos escuros.
* A moeda oficial do Chile é o peso chileno. Cartões de crédito e o dólar americano não são aceitos em todos os estabelecimentos. Para trocar dinheiro, prefira as casas de câmbio fora dos aeroportos, pois nesses locais as tarifas são mais caras.
