Na época da colheita da maconha no Paraguai, o número de apreensões da droga no Brasil aumenta. Em 2010, esse aumento foi notável. No Paraná, só a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já encontrou 22 toneladas da droga de janeiro até junho – mesmo número de apreensões registradas durante todo o ano de 2009.
Só neste mês, a PRF recolheu 13,7 toneladas da droga nas rodovias federais que cortam o Paraná. A primeira grande apreensão foi no primeiro dia do mês, em Cascavel.
Na BR-277, foi apreendido um caminhão com 4,6 toneladas de maconha no meio de uma carga de cebola. O motorista fugiu. Na mesma cidade, na última segunda-feira, foram recolhidas outras 5 toneladas que estavam escondidas numa carga de milho. Duas pessoas foram presas.
A fiscalização foi ampliada, principalmente nas regiões de fronteira, onde a Polícia Federal ganhou apoio da Força Nacional de Segurança. A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) também aumentou as operações no Estado e apreendeu nos sete núcleos (Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Região Metropolitana de Curitiba e Pato Branco), de janeiro a abril, 5.581,17 toneladas de maconha.
Para o inspetor Gilson Cortiano, chefe de policiamento e fiscalização da PRF no Paraná, dois fatores levaram ao aumento das apreensões de droga em 2010. “A qualificação dos nossos policiais e o trabalho intenso de inteligência foi o que possibilitou esses resultados expressivos”, garante.
De acordo com ele, entre o final de abril e o início de agosto, todos os anos, as operações de fiscalização são intensificadas para evitar que a produção do País vizinho se distribua pelo Brasil.
O problema é que, cada vez que as polícias trabalham em conjunto e aumentam a repressão, os traficantes procuram novas rotas para levar o entorpecente para o destino final.
“No período de safra da maconha, a produção é intensa e o consumidor absorve rápido essa demanda, por isso realizamos um trabalho diferenciado, baseado nas investigações do nosso departamento de inteligência”, explica. Em 2010, os fatores climáticos influenciaram para que a colheita fosse maior que nos outros anos.
Para a delegada Ana Paula Cunha Carvalho, da Denarc, a maconha não foi a única apreendida em grandes quantidades neste ano. “Houve também um aumento extraordinário na produção e apreensões de crack”, lembra. Com menos droga circulando pelo Estado, a segurança dos paranaenses aumenta.
